segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Eleitos e Eleitores, míopes e amblíopes

De volta à vida real, passada a convulsão frenética da corrida para as autárquicas, poderá fazer sentido revisitarmos "a democracia", mais concretamente o que me parece estar a agudizar-se na sociedade Portuguesa: um crescente desfasamento entre a vida vivida dos eleitores e a vida percebida pelos eleitos.

No dia 9 de outubro de 2017,  coincidindo com a sua saída, o Ministro Alemão das Finanças Wolfgang Schäuble "apontou Portugal como bom exemplo de estabilidade, para a consolidação do Euro" referindo-se ao período de ajustamento (estrangulamento) a que fomos sujeitos...
(https://www.rtp.pt/noticias/economia/ministro-alemao-das-financas-aponta-portugal-como-bom-exemplo-de-estabilidade_v1032459)

Esta consideração (apelidada por alguns como honrosa) de um alto governante Europeu, contrasta com uma outra notícia, de 24 de março de 2016:
"A Direção Geral da Saúde revela que no periodo de crise (2008-2012) se registou a taxa de mortalidade por suicido mais alta, pelo menos desde 1989".
http://observador.pt/2016/03/24/periodo-crise-economica-registou-taxa-suicidio-alta/
(Sugiro leitura integral desta noticia)

E ainda com outra mais recente, de dia 10 de outubro...
Em quatro anos, entre 2013 a 2016, o consumo de embalagens de antidepressivos duplicou em Portugal. 
(https://www.publico.pt/2017/10/10/sociedade/noticia/em-2016-consumimos-30-milhoes-de-embalagens-de-farmacos-para-depressao-e-ansiedade-1788262?BETA=1#)

E em breve lá teremos as eleições europeias...





sexta-feira, 4 de agosto de 2017

um R que me fez parar


Em tempos escrevi algo sobre R's... há textos ou temas que nos marcam como filhos... não tanto por serem bons, mas porque são para sempre...
e como na vida (não) há coincidências, aqui vai mais uma dupla de R's ...

Um destes dias depois de várias horas de intenso trabalho, fui desligar neuronios... para além de ter de caminhar por entre os espaços vazios de uma multidão qualquer, lia e também ouvia a ressonância das palavras que em conjugação aleatória agitavam pensamentos jamais pensados!
Em movimentos deambulantes desnorteados, há uma força imensamente fraca que me fixa o olhar... um pequeno quadrado assume-se como a luz que ilumina para dentro e encandeia para fora... à sua volta tudo igual, inerte, cinzento, indiferente, longe, inexistente ...
Talvez tenha sido a força de "Leão" que o fixou... mas foi um R que o fez parar... um R que o fez parar, para logo 'R'ejubilar ao ver que uma vez mais havia outro R ...
A música que contém carrega poucas palavras... mas para "um homem estranho" num "inverno triste", nada melhor que "respirar" os "restos de vida" numa qualquer "floresta submersa"!


terça-feira, 28 de março de 2017

Mar e paredão



Em tempos escrevi uma analogia entre "os altos e baixos" da vida, pessoal, profissional, das organizações ou até dos países... e a relação do mar com os paredões ...
"Há uma 'força' que constrói paredões para controlar o mar... mas de tempos a tempos o mar regressa e resgata o seu espaço!"
Para quem vive bem próximo do mar, sabe que o paredão não prevalece por ser forte, mas sim porque o mar é calmo... quando ele (mar) quiser (se revoltar) voltará a ocupar o seu espaço!
Talvez cada um possa pensar "de que lado está"... no paredão que nem uma pedra encrostada noutra sem ver/conhecer o todo, ou num mar que de tão calmo mais parece "o mar morto"...