No final de um período pessoal muito especial, voltamos aos
sentimentos antagónicos.
Seguramente que nas nossas memórias de infância, onde o tempo nos dizia para esperar, guardamos
momentos vividos em que o desejo de ficar se digladiava com a vontade de ir
para regressar...
Estas contradições emocionais talvez traduzam em parte a enorme
complexidade da mente humana… num desafio permanente e ambivalente de viver e
sentir o presente, nostálgico com o passado e ansioso pelo futuro.
Por paradoxal que possa parece, quantas vezes não vivemos
igualmente, a felicidade antecipatória de uma ocasião, e a melancolia de, estando
ainda a vive-la, sabermos que é tão, mas tão efémera…? quantas vezes não abdicamos
de viver um presente que já não sendo passado ainda não é futuro…?
Recordo uma vez mais a frase de um poema de Ricardo Reis: “Sê
todo em cada coisa. Põe quanto és No mínimo que fazes”. Recordo e de alguma
forma adapto para: “vive todo em cada coisa. Vive quanto és no mínimo tempo que
tens”…
Aquele tempo que
já lá vai, diz-nos hoje que já nem ele pode esperar… na azáfama avassaladora em
que vivemos, parece que a própria hora vive já atrasada…
Foi muito bom e estou muito satisfeito… não sabia se seria
capaz da forma com
agora que começa o dia do pai, termina o tempo do pai…