GOOOOLLLOOOOOO!
A racionalidade do treino, da preparação, da tácita ou da
motivação estremeceu na emoção da lesão do CR7, do poste do Patrício, da barra do
Guerreiro e do golo do Éder! A vitória da seleção é de todos nós. Cada um sente
este momento com seu, único, intransmissível mas distribuível. Cruzamos na rua
com alguém que enverga um qualquer símbolo nacional e sorrimos, contagiamos de
energia… abraçamos e sentimos. Pátria, Nação, Identidade, Pertença,
Portugalidade… esta alegria dá para dar sem se perder ou se esgotar…
CR7 foi até ao momento o melhor futebolista Português
(alguém com mais conhecimento de futebol poderá extrapolar para mundial) de
todos os tempos.
É um futebolista por inteiro. Nasceu, sofreu, cresceu,
fez-se, aperfeiçoou-se, em toda a plenitude: Homem, Atleta, Exemplo, Líder. Também
ontem terá provado lágrimas de dor, e saboreado lágrimas de contentamento. Para
a borboleta a lágrima não foi de dor, foi sabor de vida. Alguns crentes viram
ali o toque de pai a acalmar o filho: ‘calma,
descansa, tens outra missão a cumprir. Acredita!’. E assim foi. Outros mais
biólogos ou caricatos viram ali a metamorfose do pantera negra a sussurrar: ‘diz ao Éder que eu (pantera) vou marcar um
golo!’ E assim foi.
O último mês, em particular o dia de ontem, foi de soberba cooperação
e superação. E estes serão porventura os melhores preceitos do Futebol para uma
sociedade repleta de egoísmos, vaidades e individualismos.
27 anos depois jamais se lembrará, jamais esquecerei. No
Estoril Praia para ele foi mais um ano como treinador, para mim foi o ano como
jogador. Recordo bem a persistência, o trabalho rigoroso, o trato afável, sem
ser eloquente nos discursos. Homem simples irradiava otimismo. “anda miúdo,
vai, acredita…” jamais esquecerei!
Mas quis o destino aproximar os dois homens que hoje
levantaram a taça à chegada a Portugal. O primeiro iniciou-se como treinador
(1987) dois anos depois do nascimento do segundo (1985). O segundo chegou a campeão
europeu (liga dos campeões) e da Europa (Euro 2016) aos 31 anos. O primeiro começou
como treinador com 33 anos
As elipses de vida de dois homens de diferentes gerações quiseram-se
tocar agora para proporcionar este momento fantástico… mas não obstante a
enorme euforia, estão já a iniciar processo de afastamento natural. Euforia e
nostalgia… e acalmia!
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