segunda-feira, 11 de julho de 2016

Dois anos de diferença

GOOOOLLLOOOOOO!
A racionalidade do treino, da preparação, da tácita ou da motivação estremeceu na emoção da lesão do CR7, do poste do Patrício, da barra do Guerreiro e do golo do Éder! A vitória da seleção é de todos nós. Cada um sente este momento com seu, único, intransmissível mas distribuível. Cruzamos na rua com alguém que enverga um qualquer símbolo nacional e sorrimos, contagiamos de energia… abraçamos e sentimos. Pátria, Nação, Identidade, Pertença, Portugalidade… esta alegria dá para dar sem se perder ou se esgotar…
CR7 foi até ao momento o melhor futebolista Português (alguém com mais conhecimento de futebol poderá extrapolar para mundial) de todos os tempos.
É um futebolista por inteiro. Nasceu, sofreu, cresceu, fez-se, aperfeiçoou-se, em toda a plenitude: Homem, Atleta, Exemplo, Líder. Também ontem terá provado lágrimas de dor, e saboreado lágrimas de contentamento. Para a borboleta a lágrima não foi de dor, foi sabor de vida. Alguns crentes viram ali o toque de pai a acalmar o filho: ‘calma, descansa, tens outra missão a cumprir. Acredita!’. E assim foi. Outros mais biólogos ou caricatos viram ali a metamorfose do pantera negra a sussurrar: ‘diz ao Éder que eu (pantera) vou marcar um golo!’ E assim foi.
O último mês, em particular o dia de ontem, foi de soberba cooperação e superação. E estes serão porventura os melhores preceitos do Futebol para uma sociedade repleta de egoísmos, vaidades e individualismos.
27 anos depois jamais se lembrará, jamais esquecerei. No Estoril Praia para ele foi mais um ano como treinador, para mim foi o ano como jogador. Recordo bem a persistência, o trabalho rigoroso, o trato afável, sem ser eloquente nos discursos. Homem simples irradiava otimismo. “anda miúdo, vai, acredita…” jamais esquecerei!
Mas quis o destino aproximar os dois homens que hoje levantaram a taça à chegada a Portugal. O primeiro iniciou-se como treinador (1987) dois anos depois do nascimento do segundo (1985). O segundo chegou a campeão europeu (liga dos campeões) e da Europa (Euro 2016) aos 31 anos. O primeiro começou como treinador com 33 anos

As elipses de vida de dois homens de diferentes gerações quiseram-se tocar agora para proporcionar este momento fantástico… mas não obstante a enorme euforia, estão já a iniciar processo de afastamento natural. Euforia e nostalgia… e acalmia! 

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